segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Lenda do Céu

O cavaleiro finalmente volta a cavalgar,
e vai na esperança de alcançar as terras além-mar.
Como um pobre miserável que busca a paz interior,
o cavaleiro segue incansável pela sua sina com grande temor.

Passa deserto,
passa campina.
Passa pelo bosque coberto
por árvores ferinas.
Também passa, decerto,
pelas rochas alpinas
d' onde desce água cristalina
(abrindo o caminho que leva ao santuário,
no mar, onde a viagem se finda).

Chegando à beira-mar,
é preciso descansar.
O cavaleiro, atento, observa o céu escuro
e as estrelas dele a despencar
(despencam para o horizonte,
às terras além-mar).

Quando o sol se levanta
é sinal para partir -
de cavalo, cavalo-marinho,
para que se possa seguir.

(Chega-se ao santuário:
a morada torneada
pela delicadeza
da bela Musa.)

Enfim, o cavaleiro alcança a paz
ao encontrar nos olhos de sua amada
aquele amparo que lhe é bem familiar -
um céu escuro, mas que brilha mais que o luar.
É porque as estrelas que despencaram do céu
formaram de seus fulgores, o olhar.

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